sexta-feira, 13 de outubro de 2017

SOBRE A VIDA DE NOSSOS IRMÃOS ANIMAIS; MAILS DOS DRS.ROGERIO G. OLIVEIRA E EISEU GOMES TORRES


Andou bem o Ruy ao preservar a morada do João de Barro.

Aprendi com meu pai (cujo sítio chama-se João de Barro) que somos nós os invasores do espaço onde muito tempo antes já habitavam em paz os bichos.

E desde que não sejam nocivos à nossa saúde, temos que abrir-lhes espaço, conviver com eles e ainda compensá-los pela nossa presença nociva no território deles.

Em não raras vezes em que meu pai encontrou algum bicho no sítio, mesmo uma cobra ou aranha, sempre capturou o animal sem machucá-lo, levou-o até um local seguro para “ambas as partes” e lá o soltou. Tenho feito isso também minha vida toda. E acho que passei adiante o conceito, pois uma de minhas filhas é devotada de tal forma aos animais que se recusa a comê-los, tendo se tornado vegetariana.

Na verdade, na perspectiva dos bichos, nós humanos é que somos os estorvos, os destruidores, os que aniquilam a vida.  Por isso, muitos deles nos evitam ao máximo, porque somos asquerosos e perigosos.  

Durante alguns anos, auxiliei uma mãe sabiá que todo mês de setembro vinha fazer ninho aqui, sobre o mesmo palanque do estacionamento aos fundos do terreno do escritório, bem debaixo do canto de uma mesma telha metálica. No primeiro ano, devido ao calor do sol esquentando e se irradiando pela telha metálica, muito próxima ao ninho, ela perdeu um dos filhotes. A partir daí, passei a montar uma pequena cobertura de madeira sobre aquela parte da telha, com um segundo telhado, impedindo que a telha esquentasse. Fazia isso sempre ao primeiro sinal de construção do ninho. A zelosa mãe sabiá parece que acostumou-se com minha presença ocasional. E fomos nesta lida durante uns 5 anos: ela sempre vindo fazer o ninho em setembro, no mesmíssimo lugar, sempre chocando e criando os seus dois filhotes, alimentando-os até sumirem depois das aulas de voo. Este é o segundo setembro que aquela mãe sabiá não dá o ar da sua graça por aqui. Talvez tenha encerrado seu ciclo de vida. Uma pena. Já estava acostumado com a convivência e parceira. Abrç, Rogério
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Quando o João de Barro escolhe tua casa para nela assentar a sua, iss0 é bom presságio. Não esqueçamos que o Barreiro é um legitimo arquiteto natural. Tem divisões em sua casinha e a entrada faz frente para o lado de 0nde não virão tempestades. E, finalmente, a tessitura de um ninho feit0 de barro e pequenos gravetos, é quase indestrutivel. Sacá-lo de lá pela força, é ato que viola a natureza. Por isso, parabéns, amigo Ru y.