segunda-feira, 31 de julho de 2017

A PRAGA DO ABIGEATO

Às vezes  operadores do Direito que nunca calçaram uma bota de trabalho, nunca lidaram no campo ou na lavoura, lançam palavras de comiseração , dizendo serem esses furtos de gado meramente famélicos. Furtos que são para matar a fome dos pobres famintos.
Mas não é assim.
Quadrilhas organizadas têm caminhões boiadeiros, cavalos, clientes certos.
O que acontece é o seguinte.
Criar gado hoje em dia não é nada fácil, custa caro e a margem é pequena.
Antigamente vendia-se o boi criado a campo, sem pressa.
Hoje  o novilho tem que estar pronto aos 2 anos, é fundamental a pastagem de inverno, a sanidade exige combate a doenças, com vacinas periódicas, quase não se encontram mais peões que queiram trabalhar nas fazendas, conquanto bem remunerados e com todas as comodidades da cidade.
De vez em quando  um raio mata quatro ou cinco reses ou algum acidente lastima o animal.
Isso sem falar nos calotes que alguns compradores aplicam.
Nós, pecuaristas, somos os últimos, dentro de uma economia de escala que
a) tem grande estoque;
b) estoque vivo.
E aí, na calada da noite vêm os bandidos, armados ( o que para nós é vedado) e carneiam no campo mesmo ou levam embora, nossos animais.
Quem é que compra essa carne ?
Quem é que compra os bois furtados?
Têm alguém que integra essa cadeia nefasta.
É tão difícil assim descobrir?