quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

O DESENCANTO RADIOFÔNICO

Minha primeira experiência em rádio foi na ZYE8 Rádio Santa Cruz, aos 16 anos.
Depois segui vários caminhos, mas sempre atrelado às rádios. Até jogos comentei na rádio Santiago.
Tive um programa  de muita audiência na Rádio Pampa;
A proposta inicial era um programa rural, das 7 às 9,30 da manhã aos domingos
Aos poucos fui lendo e comentando as manchetes do jornal O Sul,  partindo para entrevistas descontraídas e relâmpago.  E a proposta inicial ficou só com uma pequena parte.
Lembro-me que o IBOPE constatou minha liderança, no horário, nas classes A e B.
Minhas entrevistas eram fulminantes: exemplo, eu entrevistava a Desembargadora Maria Berenice Dias.Foi a primeira mulher a ser admitida no cargo de Juiza no RGS. As mulheres tinham suas  inscrições indeferidas. Sim, isso só teve fim em 1973.
Bem, perguntei para a Berenice se era verdade que , na entrevista do concurso, um desembargador lhe perguntara se ela era virgem.
Ela respondeu: sim, me perguntaram.
E que tu respondeste? indaguei.
Que eu era, disse ela.
E tu eras mesmo? ( isso no ar)
e ela: pior que era.....
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comerciais! ( toca um pedaço na Nona de Beethoven).
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Há uma rádio potente da capital que, em determinado horário,o programa ficou resumido a temperatura, acidentes de trânsito, chasques, repetições, galinhagem com as estagiárias, e numa,borrachos entrando no ar. Me digam, o que a pessoa que mora em Bento Gonçalves quer saber se o ônibus da Carris furou o pneu?
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Mendelski, quando está sozinho, é muito bom.
O melhor de todos é o do Scola e da Rosane de Oliveira na Gaúcha. Dado o horário, nem sempre consigo acompanhar.
A Pampa tem um ou dois bons programas.
A Band também.
-- Mas ,  na madrugada, que  coisa é horrível. Solilóquios e mais solilóquios. Em todas elas.
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No interiorzão  imperam os rezadores.
Ainda bem que há os aplicativos. Recomendo a rádio da Universidade do RGS.
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Parece, segundo noticia o Prévidi, que a RBS vai revolucionar no setor rádios.
Aguardemos.
Mas eu acredito que agora as emissoras da capital têm que  ficar num segmento, ou de faixa etária, ou de poder aquisitivo , ou de exigência cultural.
Eu, se fosse mais novo, comprava um espaço numa rádio potente e só  falaria em arte, cultura, política, fazendo entrevistas blitz com gente interessante.
But now it is to late for me.
Or not?