quinta-feira, 1 de outubro de 2015

UNISTALDA - A ARTE MILENAR DA DOMA E SUA GENIAL ATUALIDADE




Talvez haja outros Municípios com tanto amor pelos equinos como Unistalda. Não sei avaliar. Mas  em nossa Unistalda Campeira só os bebês de colo e quem está no Hospital não anda a cavalo .
Eu já levei três tombos feios. Num, eu montava uma égua e um peão foi me alcançar um saco branco.A égua disparou e minha solução foi me atirar fora. Doutra feita o cavalo estava ardido no lombo e quando montei ele velhaqueou e o "baiano" aqui voou.  Em outra ocasião o cavalo se assustou com uma bolsa branca vazia que surgiu detrás de uma moita, empinou  e eu fui ao chão. Como meu anjo da guarda é campeiro ,me salvei sem quebrar nenhum osso. Só a metade do meu pulmão voou pela boca. Nada que um Beserol não curasse.
O cavalo mal domado tem sestro de vento, de perdiz, de avestruz, de bolsas voando, de tudo o que não lhe é corriqueiro.
Por isso o domador tem que, além de amanunciar o animal, tirando-lhe a cócega, ensiná-lo a não ter susto com as coisas previsíveis , mas não corriqueiras da vida do campo.
Luiz César, meu capataz,  além de falar e conversar com os animais, é um inventivo,Ao domar, amarra bolsas esvoaçantes brancas de plástico nos estribos, no pescoço, na cola, em tudo que é lugar. Isso com o cavalar maneado para que o mesmo não velhaqueie.Com o passar dos dias o potro se acostuma e pronto: se amansa.
A vida campeira é um universo à parte.
Dedico essa post às crianças das cidades grandes que nunca viram um cavalo " ao vivo", nem sentiram seu cheirinho amistoso.