segunda-feira, 14 de setembro de 2015

SOBRE A CULTURA DA POUPANÇA E DA PROBIDADE

Nessa altura de minha idade e da experiência, creio que me são lícitas algumas considerações sobre a vida.
Do lado paterno descendo de uma família de comerciantes que foi abastada até que com meu pai houve problemas no seu comércio. Isso quando eu tinha 14 anos.
Longe de chorar ou praguejar fui à luta, prestando serviços nas horas vagas e juntando dinheiro .
Sentindo que, a não ser que estudasse numa universidade gratuita e pública, seria impossível minha formação universitária, o que fiz? Fui morar numa pensão em P. Alegre e me matei estudando, sem cursinho nem nada.
Na Faculdade de Direito da UFRGS eu era um dos poucos  sem carro, sem Ki Chute, sem dinheiro para tomar chopp.
Mesmo assim, fui perdulário e negador de contas? Não.
Pensei : eu vou me formar e gozo a vida depois.
Ralei e ralo o tempo todo.
Por que? para deixar uma grana para filhos e netos?
Não, todos sabem que nunca dei mole para meus filhos.
Então por que?
Porque mão que economiza é mão que não pede. Porque o trabalho faz a gente crescer.
Não uso jóias, não me seduz a roupa de marca e compro tudo, tudo mesmo, só À VISTA.
Se ainda não tenho o dinheiro, não compro.
Grande parte de nosso povo  gasta os tubos em espelhinhos e miçangas. "Aplica" seu rico dinheirinho em ligações de celular desnecessárias. Faz absurdas festas de nascimentos, casamentos, descasamentos, mas  reclama do preço do material escolar.
Enfeita suas menininhas como  super modelos e não quer lhes pagar um curso de idiomas.
Falta a todos nós um maior espírito de probidade: com nossas coisas e com o dinheiro de todos.
Os governantes são gente como a gente.
Os que souberam cuidar de sua vida, é provável que saibam cuidar do que é de todos.
O que se acostumou a mamar deitado vai continuar assim, não tem jeito.