segunda-feira, 6 de julho de 2015

MAIL E POEMA ENVIADOS PELO JUIZ AFIF JORGE SIMÕES NETO


 

Amigo Ruy: gostaria de prestar uma homenagem a essa bela e rara relação de respeito que existe entre patrão e empregado rural com um soneto do meu pai, que fala das coisas do campo quando o dia nasce. Abraço. Afif Neto

 
AMANHECER

 O galo, crista e empáfia, é que elabora

A química do dia renascido.

Venho chegando, no batel da aurora,

De um confuso país de sonho e olvido.

 

 

O arroio atrás da casa ouve-se agora,

Na rotina das águas repetido.

E em frente, sobre a relva que se enflora, Rumina o gado manso e distraído.

 

 

Olor casto de estábulo. Desfaz-se

A noite, enrodilhada em seus ardis.

A manhã ergue os gládios. O sol nasce.

 

 

E enquanto o dia se arma e se desenha,

Além do galo, além do arroio, ouvis

Meu pausado labor de canto e ordenha.