quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A SERTANEJANIZAÇÃO E A CARIOQUIZAÇÃO DO CAMPÔNIO E DO CLASSE C E D DA REGIÃO CENTRAL DO RGS

Sabem como é. Eu tenho ouvido musical . Um cara abre a boca e logo sei se é paranaense, se alegretense , se é do Anchieta ou se é das grotas. Se veraneia em Atlântida culta e bela ou se é catarina de Coqueiros, fedida e feia.
Desculpem, mas formação musical é fácil. Difícil é nascer com ouvido absoluto.
Há horas, nas minhas andanças por supermercados, bolichos, casas de veterinária, recebendo telefonemas de escritórios da região central, especialmente de Santiago e adjacências, notei, preocupado, o " r" ser pronunciado como o "r" sertanejo , parecido com o " r" dos estadounidenses. Porta soa quase como " poirrta" ., O " r" do inglês e do sertanejo.O "r" do Alex do Inter.
Depois, o filho da p... do gerúndio... " posso estar falando com você?". E ainda o nojento do "você"..
Pensei - serão os militares, que vêm de outros lugares que contaminam essa maneira de pronunciar?
Descobri.
No interiorzão os campônios colocam aquelas antenas  para captar a TV aberta . Por essas parabólicas mambembes e baratas só se pegam a Globo de SP e RJ além de outras horrorosas dos " pastores ululantes". As crianças  caem no ardil lustroso do falar ,  do sotaque da TV e renegam   nosso falar,  nosso acento,  nosso  belo sotaque. Apesar de estarem imersos no Pampa...
O belo " tu" e o " r" rrrrolado estão com câncer terminal.
Ao Oregon com eles...
Se sou incomodativo? SIM. Viva a diversidade.