sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

AINDA OS VANDALOS DE SANTIAGO - DIRETO DO PARANÁ O DR. IVAN SAUL, RECÉM CHEGADO DO URUGUAY - COMENTA


"O Advogado do Diabo"

 

Data venia dos ilustres confrades.

 

Apresento-me, senhores, para advogar a causa do diabo, pois a dos santos é fácil e, dela, o Estado pode se encarregar.

 

Em não conhecendo os jovens, devo defender seus princípios, os desencadeadores da, assim dita, 'ação delitiva'. Sempre tendo em vista os direitos, dos supostos infratores, à liberdade de reunião, expressão e, quem sabe, de culto à algum "Olímpico Deus dos Esportes Bárbaros da Valhala da Depredação sem o Martelo do Trovão e do Raio, somado aos Sete Flagelos e às Quatro Valkírias do Apocalipse" [e seus cavalos bosteando a antesala do Purgatório]. Afinal o que seriam os bretões que inventaram o culto ao deus futebol e, subsequentemente, os hooligans, seus fiéis - torcida organizada no ramo brazuka da fé.

 

Divaguei, desculpem-me, volto aos direitos como aquele ao devido processo legal e os outros de ampla defesa, do contraditório, e por aí vai... ah! e o direito de serem representados por um advogado, no caso eu.

 

Pode ser que falte aos supostos jovens, poderiam ser idosos disfarçados, espaço para a livre manifestação de seus pendores esportivos e artísticos, a 'sociedade' ao tratar de politicagem e benesses [aquilo que nos tempos da 'redentora' era assistencialismo e paternalismo] é omissa em prover as necessidades deste seu segmento.

 

Os pobres cidadãos do futuro, não recebem atenção desde o berço, no passado, quando não havia licença maternidade e a vida era muito mais fácil, ninguém se preocupava em trabalhar pra garantir o "um cacete de meio, seu Manoel" e o "um quar'de quilo de guisado de segunda pros gatos, seu Joaquim" de cada dia, os pais tinham tempo pra dedicar à educação de seu filhos.

 

O meu velho mesmo, depois de uma manhã - acho que de janeiro, se não fosse julho - em folguedos sobre uma escada encostada num poste telefônico, me deu um cascudo no cocuruto que me fez reconsiderar a necessidade de andar surrando a gurizada da vizinhança com meu cacetete. Aliás, acho que foi ali que se cortou o policiamento ostensivo na quadra de casa. Arbitrariedade do comando, mas não é disso que estamos falando...

 

Depois, temos que considerar a confusão estabelecida, em algum momento obscuro, entre a educação que se tem 'de berço' [assim, com sotaque DE Bagé], aquela que 'se traz de casa' e a 'educação formal', aquela que se recebia na escola até que vieram os milicos, desmantelaram o Estado Democrático de Direito, e tudo que crescia sob suas axilas imaculadas, incluída aí a tal de Educação. Reformaram o ensino e promoveram a especialização, influência da tal 'Organização de Staff'.

 

Pra quê Clássico, Colegial, Científico, se dos poucos que chegam lá, muitos serão os que vão dar em nada? Metemos uns cursos técnicos e esse povo que vá trabalhar. Tá, depois vieram estes outros que promoveram curso técnico à faculdade, faculdade à caça-níqueis, aluno à cliente, abriram milhares de vagas na política de inclusão, que inclui desproporcionalmente pelo sistema de quotas, que de tão inclusiva, inclui, inclusive, a inclusão de analfabetos funcionais. Tudo isso, só pra aterrar um pouco o fosso salarial.

 

Por falar em fosso salarial, quem comemora os US$300 [trezentos dólares?!?!] do salário mínimo, pode vir pra cá, ofereço vagas que independem de formação, na área de 'serviços e manutenção ambiental' [basta conseguir empurrar uma pá por baixo de um montículo de estrume e transladá-lo ao veículo de tração humana - nos preocupamos com a pegada da atividade pecuária, assim, chinelos havaianas que são de borracha, nada de carbono.] 

 

De volta ao caso. Já tratamos da falta de opções e oportunidades de manifestação cultural da juventude e da deficiência educacional à que está exposta, abordemos agora a questão ambiental.

 

Convenhamos, carro não é mobiliário urbano, menos ainda em avançadas horas noturnas. Incompatível com a norma vigente, de tolerância Zero, é a presença dos automotores nos arredores de estabelecimentos de diversões públicas onde se vendem e, absurdo, consomem bebidas alcoólicas, além de muita cerveja e vinho.

 

Atentem senhores para a qualidade do ambiente ao qual estavam expostos estes supostos jovens, que conscientemente, e numa demonstração de tal consciência, deslocavam-se "À PÉ". Invejosos dos bens alheios, diriam alguns, mostra da péssima qualidade dos materias construtivos utilizados pela indústria automobilística, diria eu, comprovadamente.

 

Segue-se a agressão gratuida promovida pelos ocupantes, não identificados, de um veículo que se acercam covardemente do grupo e recebem a merecida resposta [Digo eu: a gordinha do saco de lixo é um quadro!] por meterem o focinho em atividade para a qual não foram convidados e, quiçás, nem estivessem qualificados.

 

Aborrece enumerar a irracionalidade pretenciosa e a sanha crítica ao suposto comportamento dos possíveis suspeitos, não me extendo. E peço-lhes, diante do exposto, considerar a improcedência de qualquer ação voltada à reprimir a espontânea e, até mesmo, divertida forma de agir dos... 

 

Ah, não! Formação de quadrilha, também?!

 

Em sua sapiência, a filósofa, Da. Lêda ['tua mãe' pros meus desafetos e 'velha' pra mim] me aconselhava assim: "chega em casa chorando e te queixando pelo que acontece na rua, que eu te cago à pau e - muito pior - conto pro teu pai!" 

 

REPRESSÃO NÃO EDUCA, MAS ENSINA!

 

Pela ordem em vigor, subscrevo-me

 

Ivan, o patético advogado.

 

- Saudações ovelheiras! - 

Ivan Saul D.V.M. M.Sc.Vet. - Granja Po'A Porã - Hampshire Down
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