quarta-feira, 19 de setembro de 2012

AINDA SOBRE TENSÕES E ADVOCACIA, rogowski opina


 

Ontem à noite, já na cama, li mais uma vez e com atenção as mensagens enviadas por Ceví, Élvio e Alfredo, pois, todas me comoveram, muito em especial a do Ceví que foi quem construiu a casa e onde manteve sua família e junto com sua esposa Vera criaram os filhos, portanto, a casa é o palco da sua história pessoal e talvez uma extensão de sua vida.

Élvio falou em aprendermos a nos desapegar das preocupações, do stress, e daquilo que não poderemos levar junto para o túmulo

Alfredo focou em outro viés, na questão de agirmos com calma e serenidade diante dos desafios da vida, sobretudo, os profissionais.

Em que pese os relatos de Ceví e Élvio terem me sensibilizado com maior intensidade o espírito, o de Alfredo me despertou a atenção no sentido de um debate que travamos ontem quanto o exercício da advocacia e o relacionamento com os juízes.

O aconselhamento de Don Alfredo, sensato e até mesmo corretíssimo, como de alimentar-se bem durante o trabalho, bem demonstra a visão de um magistrado.

E esse é o ponto nevrálgico que eu quero atingir. Já afirmei várias vezes que os juízes, salvo exceções, não tem a correta compreensão da advocacia.

O advogado, àquele vocacionado de alma e coração, é um guerreiro nato, um Samurai, em suas veias corre adrenalina, o advogado quando vai a uma audiência, ela vai para uma batalha, dependendo da gravidade da causa, a adrenalina é tanta que começa a sair pelos poros, não raro se transformam as feições do rosto, a voz, o gestual, e ainda que não intencional acaba intimidando alguns julgadores reativos que terminam adotando posturas de antagonismo como que impelidos por um instinto de auto defesa.

Seria de todo aconselhável dormir bem, alimentar-se bem antes de uma “batalha”, porém, quem é do ramo sabe que simplesmente isso não é possível, o corpo não aceita. O organismo mobiliza toda a força vital e psíquica para o “ataque”.

Os profissionais do ramo da psicologia certamente saberão explicar esse fenômeno, eu penso que isso tenha a ver com algum instinto primitivo de preservação da espécie, da proteção do semelhante, que aflora das profundezas do ser, quando alguém entrega nas mãos do advogado uma fração importante de sua vida para ser protegida, seja patrimonial, seja familiar ou a liberdade.

Abraço

Rogowski