quarta-feira, 13 de junho de 2012

AINDA NA QUIETUDE DE UM GALPÃO - CARTA DE ROGOWSKI

Amigo Ruy
Que maraaavilha!!!
O que tu chamas de galpão eu chamo de templo, pois, como descrevesses, ali as pessoas congregam irmanadas em amizade e bons propósitos, sem olvidar o elemento sagrado, o fogo.
O fogo foi a maior conquista do ser humano na pré-história. A partir desta conquista o homem aprendeu a utilizar a força do fogo em seu proveito, extraindo a energia dos materiais da natureza ou moldando a natureza em seu benefício.
Na antiguidade o fogo era visto como uma das partes fundamentais que formariam a matéria. Na Idade Média, os alquimistas acreditavam que o fogo tinha propriedades de transformação da matéria alterando determinadas propriedades químicas das substâncias, como a transformação de um minério sem valor em ouro, e, alguns, iam ainda mais longe, afirmando que o fogo continha também uma natureza espiritual sendo uma entidade.
Esse componente de espiritualidade atribuído ao fogo está presente em várias culturas, os antigos gregos tinha por hábito a prática da meditação e preces em frente à lareira o que denominavam de medifocus. O antigo testamento das Sagradas Escrituras judaico-cristã é rico em narrativas onde o fogo continha o poder de Deus, a sarça ardente que falou com Moises no deserto (Êxodo 3:1-3), a coluna de fogo que iluminava e aquecia o povo no deserto à noite (Êxodo 13:21).  No novo testamento vemos que em Pentecostes o Espírito Santo, assumindo a forma de línguas de fogo”, pousou sobre a cabeça dos Apóstolos e da assembléia reunida em torno deles. (Atos 2:1-3).
És um privilegiado, cuide bem desse templo!
Abraço
Rogowski
--- João-Francisco Rogowski