sexta-feira, 18 de novembro de 2011

BELA MENSAGEM DO PASTOR MEINCKE DA ALEMANHA

Prezado Ruy.



Percebi muita poesia no relato que fizeste sobre tua lida no campo, se nâo me engano,

na semana passada. Percebi que vês beleza em pequenos detalhes e sabes dar atençâo

a plantas que outros vêem como inço. Aliás, nâo existe erva-má ou inço. Existem apenas

plantas. Desde que o ser humano selecionou algumas plantas para cultivar e outras para

eliminar, está criado o conflito: A natureza iniste na biodiversidade, e o ser humano insiste

na monocultura. A monocultura nâo é uma boa forma de "cuidar do jardim do Éden", e ela

nâo seria necessária se as megaempresas transnacionais investissem somas iguais na

pesquisa da agricultura biodiversificada quanto investem na agricultura monocultural. Na

tradiçâo judaico-cristâ (registrada na Bíblia), o Criador concede ao ser humano a dignidade

de parceiro no gerenciamento da criaçâo. Gênsesis 2.15: Entâo o Deus Eterno pôs o homem

no jardim do Éden para cuidar dele e nele fazer plantaçôes. O ser humano desenvolveu seu

saber para fazer plantaçôes. Urge desenvolver seu saber de como cuidar do jardim, que está

destruindo com rapidez assustadora. Há pessoas que se baseiam nos textos bíblicos para

afirmar seu poder sobre plantas e animais. Salmo 8.6-8: Tu deste ao ser humano poder sobre

todas as coisas que criaste ... Esquece-se quem assim argumenta que este poder é um poder

concedido. Se é poder concedido, ele deve ser exercido nas intençôes de quem o concede. E

este, certamente, nâo tem a intençâo de que sejam destruídas as coisas que criou.

Bem, Ruy, estou escrevendo tudo isto para dizer-te que gostei da forma como falaste sobre tua

lida no campo. Nâo falaste de arrancar inço ou de envenenar espinheiros, mas falaste com

sensibilidade das plantas e dos animais. Por isso, envio-te uma poesia que escrevi, faz algumas

semanas, sobre o tema Paz na Criaçâo que é o TEMA DO ANO da IECLB, Igreja à qual pertenço. 





O mumúrio das vertentes

Nas ladeiras da colina.

Cantoria de saracuras

Nas ramadas da campina.

O labor do Joâo de Barro,

O arrulho da pombinha

Balbuciam a oraçâo

Pela paz na criaçâo.



O rugir da cachoeira,

O silêncio do remanso.

Os segredos da floresta,

E a fera em descanso.

Muitas ervas nas lavouras,

Mil cantares entre flores

Balbuciam a oraçâo

Pela paz na criaçâo.



O suspiro da saudade,

Galanteios e rumores.

O espanto da surpresa,

O sussuro dos amores.

Cada fôlego de vida,

Cada flor que desabrocha

Balbuciam a oraçâo

Pela paz na criaçâo.



Alimento esperanças

De ver cada ... aahh ... de vida

Alcançar sua formosura

Com espaço e guarida,

Com seu próprio  ... oohh ... de ser

Seu direito de viver.

Essa é minha oraçâo

pela paz na criaçâo.



Com votos de bons dias, fico

                                          com um abraço. Silvio.