domingo, 24 de julho de 2011

MEUS TOMBOS DE A CAVALO - continuação


A gente é vida a fora meio criança e talvez isso até seja saudável.
Antes de conhecer minha patrôa  ( no sentido exato do termo, hehehe), eu escutava o Galpão do Nativismo do Nico e tudo o que eu sonhava era ser dos Cavaleiros da Paz. ( Só depois é que compreendi a diferença abissal entre " cavalgar" em desfiles , cavalgadas de praia ( nada contra) e camperear.  Camperear não é lazer: é a única maneira de tu veres como está teu gado; só de a cavalo é que se vê aquela cerca com arame partido ( falar nisso o Sulzbacher ainda usa arame farpado... que horror ).
Mas logo que conhecí a Maristela  passava o dia andando a cavalo, li tudo sobre eqüinos ( mas até hoje ainda não sei bem as pelagens - existem 123.987654789000 - pelagens diferentes). 
 Mas mesmo um atleta como eu, não tendo montado a cavalo muito cedo, lá pelos 4 anos em diante, nunca será um ginete ( assim como quem aprende alemão só depois de adulto, sempre deixa um rastro denunciador de que não aprendeu em casa) .
Bom, mas eu queria porque queria participar do desfile da  data mor de Unistalda, que é o 20 de setembro. Os peões relutavam.
Encilhei uma fogosa égua zaina que comprara do Edson de Jesus e mandei que a levassem até Unistalda.
Montei lá e a égua se mostrava sestrosa e inquieta com tanta gente.
Meu vizinho de campo, seu Eliseu me observava. De repente uma criança passou acenando um lenço e a égua quis empinar e quase caí.
Seu Elizeu se achegou e me disse:
- doutor, o prefeito, dr. Ribeiro le chama no palanque.
E nisso se ouviu no alto falante:
- convidamos o nosso juiz dr. Ruy para subir ao palanque!
Foi quando descobri essa maravilha: toda a população estava no desfile e faltava gente no palanque de honra.
Juro, só não estavam a cavalo os que já tinham morrido, crianças de colo e os internados no hospital.
No palanque, só o dr. Ribeiro  e eu.
Desse tombo completo me livrei... mas a fama de baiano deve ter prosperado.