terça-feira, 5 de julho de 2011

A LONGA CAMINHADA CAMPEIRA II


Ninguém precisa  ser ginete, ou laçador, ou saber castrar para administrar uma fazenda.
Uma estância, para começar, tem que ter, como tudo, um DONO . Que é o cara que dá as coordenadas, que paga os salários, que estabelece as prioridades.
Nos livros que comprei ( li muita coisa sobre gestão rural e até estudei por conta  Veterinária - tenho vários manuais em casa), estava escrito que a Pecuária se asssenta, nessa ordem, nas seguintes colunas:
- Nutrição ( sem bóia o bicho ou merma ou morre)
- Sanidade ( sem as vacinas e os remédios não adianta a bóia)
- Manejo ( se tu passas cahorreando os bichos e de correrias pelo campo, é brabo)
- Genética ( é  muito importante, mas não te adiantará se não tiver bóia, nem agulha e nem manejo)
Sou obstinado por qualidade. E, por isso, nunca poupei nessa parte.
O que não quero ouvir é " bah, não era bem os terneiros que eu queria". Se o cliente os achou caros, dá-se um jeito, mas se ele os achou ruins, é muito feio.
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Adoro parcerias e terceirizações. Desde piá gostei.  Cresci na vida ajudando e sendo ajudado, sendo parceiro.  Não se ganha dinheiro sozinho.
Estabeleci um plano de recompensas  com meus colaboradores, sendo os gatilhos as metas alcançadas.
E dê-lhe cursos do Senar!  Inseminação, manejo, otimização.  O que assiste ao curso volta e multiplica entre os demais.
Sempre respeitei as lendas e mitos campeiros. Mas quando eles não tem fundamento proibo as práticas. Principalmente as " mágicas" para salvar animais doentes.
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Meu capataz Luiz César está comigo há mais de dez anos. Seus filhos criaram-se  sempre perto de nós.   Muitos funcionários estão há tempo com a gente.
Uns se foram embora, mas nenhum saiu brigado comigo.
Ultimamente tenho frequentado menos do que gostaria a estância.
Mas quando volto faço uma imersão de vários dias e o galpão é nossa  assembléia geral.
Ainda estou bolando um esquema para eles participarem mais ativamente da gestão.
Sempre lhes mostro as planiilhas de custos e sempre lhes esclareço eventuais dificuldades.
Muita coisa aprendi com os queridos colaboradores.  E acho que eles também aprenderam alguma coisa comigo.
A verdade é que  aprecio demais a companhia de todos eles.
A todos chamo por " senhor" e tudo peço " por favor". Até hoje deu certo.