segunda-feira, 11 de julho de 2011

CAMPEREADAS - MEUS TOMBOS DE A CAVALO I


Em minha carreira de " baiano" até que caí pouco dos cavalos. Foram quatro vezes. O único problema que a costela quebrada leva um tempão doendo. É igual a mordida de traíra no dedo da mão.
Eu sempre fui metido, mas não cheguei às raias da imprudência. Mas só depois fui me dar conta que a maioria dos campeiros e  peões têm uma linguagem cifrada que não pode ser levada ao pé da letra.
Por exemplo:  quando a chuva já é boa, mas falta mais, eles dizem que está garoando; quando um cavalo é manso para eles, para um urbano é um fogoso  corcel botando fogo pelas ventas.
Meu primeiro tombo foi assim: eu saí numa manhã de geada para ver uns terneiros do cedo que estavam nascendo. O capataz não estava e fui com um peão. Vimos uma vaca deitada, com o útero de fora e o terneirinho em redor da mãe. O peão me pediu que trocássemos de montaria porque a égua dele não ia deixar ele levar o terneirinho . Apeei, trocamos e alcancei a ele o terneiro de seus 35 kgs. recém nascido. Feito isso " amuntei" naquela desgranida. Não consegui me enforquilhar e nem colocar o pé no estribo do lado do laço e a filha da mãe saiu velhaqueando e disparando campofora. Eu tinha medo de sofrenar  aquela imundície de égua com medo que ela empinasse e caíssse em cima de mim.  E a louca galopeando campofora. Até que consegui a conduzir para um cerro de pedras e pensei: " maldita, agora tu vai ralar as patinhas  ou te quebrar". Realmente ela sentiu a dor do pedregal e deu uma vacilada. Foi quando me atirei de cima dela.
A louca só foi parar uns dez kms depois.
Dei ela num brique por outro cavalo sob os protestos da peonada que achava ela mansa.
Amanhã ou depois conto os outros tombos.