quarta-feira, 6 de julho de 2011

A CAMINHADA CAMPEIRA III


 Continuando, já que as posts anteriores agradaram.
Há uns  10 anos comprei 120 novilhas de um proprietário meio longe.
Perguntei se conheciam mio-mio. Responderam-me que sim.
Eu queria transportá-las de caminhão. Seriam umas 3 viagens e pronto.
Mas meu pessoal queria porque queria traze-las por terra. Uma tropeada e coisa e tal, com pernoite na estrada. Uma gauchada. Queriam porque queriam.
Concordei.
Parecem que atropelaram demais. As reses chegaram meio estressadas, com fome. Ainda inventaram de as marcar logo na chegada.
Resultado:  comeram mio-mio, se ervaram e a metade morreu intoxicada.
( relembro que mio-mio é uma erva tóxica existente nos 3 estados do sul, não em todas as regiões e que pelo seu verdor atrai o animal - para maiores informações podem ler no Google).
Perdi, portanto, 60 novilhas, ou sejam, 60 mil reais.
Fiquei abatido uns três dias mas aprendi.
O dono pode se aconselhar, mas é ele que tem que ter a clarividência.  Eu devia ter entesado e mandado os caminhões.  Viagem de uma hora, sem stress, com toda a segurança.

Deixa para os auxiliares o cotidiano da porteira para dentro, mas sempre questionando , comparando, vendo como é a coisa em outras estâncias, indo em dias de campo, aconselhando-se com criadores que tiveram e tem sucesso.
E não é feio mudar de foco no meio da empreitada.
Se achar que teu campo não tem vcocação para terminação, só cria ou recria.
Se o negócio que te oferecem é bom, que beleza. Mas não se deve esquecer que é indispensável receber o pagamento.
Não é feio só deixar o produto sair corredor afora depois de o $ estar na conta, quando não se conhece ( ou quando se conhece ) o comprador.
Finalmente, a gente que ter contabilidade bem certinha. Nem que seja para se saber se está ganhando ou perdendo dinheiro.
falo sério! (Dedico esssa crônica ao meu ídolo Paulo Sérgio Pinto)